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A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PODE SUPERAR A HUMANA? ENTENDA O QUE É A SINGULARIDADE TECNOLÓGICA

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O conceito da Singularidade Tecnológica, que descreve um momento futuro de aceleração tecnológica exponencial, é explorado neste texto. Nesse cenário, máquinas e sistemas com inteligência artificial (IA) podem superar a compreensão e controle humanos, resultando em mudanças profundas na sociedade.


O termo foi popularizado pelo americano Vernor Vinge, cujo ensaio "A Singularidade Tecnológica" de 1993 introduziu a ideia de uma transformação iminente e radical. Vinge enfatiza a incerteza em torno dessa chegada, usando a metáfora do "muro opaco". Ele considera a Singularidade transcendente e defende que os padrões convencionais de ética não se aplicarão a essa nova realidade.


O também americano Ray Kurzweil contribui para a discussão. Ele compartilha a visão de Vinge, mas acredita que o otimismo deste último sobre o avanço tecnológico foi exagerado. Kurzweil prevê uma inteligência artificial super-humana que liderará a jornada para a Singularidade.


Ele destaca a importância da biologia, criônica e medicina, prevendo que a convergência dessas áreas permitirá a superação de doenças e até a busca da imortalidade tecnológica. Além disso, Kurzweil explora a "ciberimortalidade", onde os registros digitais dos pensamentos humanos persistem após a morte.


Kurzweil também prevê que a convergência tecnológica levará à aceleração do progresso, impulsionando a superação das capacidades humanas atuais.


A questão sobre a proximidade da Singularidade é discutida, com Vinge apontando para um possível cenário dentro de trinta anos da sua introdução do conceito, e Kurzweil projetando a mais significativa reviravolta tecnológica para o ano de 2045. Estas perspectivas sobre a Singularidade Tecnológica refletem as especulações sobre o futuro transformador que a tecnologia poderia trazer.


O que é a singularidade tecnológica?

A Enciclopédia Britannica define a Singularidade Tecnológica como conceito que descreve um momento hipotético no futuro em que o progresso tecnológico atinge um ponto de rápida e exponencial aceleração. 


Nesse estágio, as máquinas e sistemas inteligentes podem se tornar tão avançados que superam a compreensão e o controle humano, levando a mudanças profundas e imprevisíveis na sociedade, na economia e na própria natureza da vida.


Vernor Vinge e a popularização do termo

O termo "Singularidade Tecnológica" foi popularizado pelo matemático e cientista da computação e escritor de ficção científica Vernor Vinge. Ele introduziu o conceito pela primeira vez em seu ensaio "A Singularidade Tecnológica", publicado em 1993 na revista Whole Earth Review., no qual ele discutiu a ideia de um ponto iminente no futuro em que o rápido avanço da tecnologia poderia levar a mudanças drásticas na sociedade.


Vinge ainda afirma que as futuras redes de informação e interfaces entre humanos e máquinas trarão consigo novas qualidades e uma realidade drasticamente alterada. 


No entanto, ele enfatiza que a chegada iminente da singularidade tecnológica é envolta em incerteza. Mesmo que possamos prever a sua aproximação, Vinge alega que é impossível antecipar de maneira específica como essa transformação se desenrolará. Ele utiliza a analogia de um "muro opaco através do futuro" para ilustrar a nossa incapacidade de vislumbrar com clareza.


Vinge descreve a singularidade como transcendental, indo além da compreensão humana. Ele argumenta que o resultado dessa transformação será tão radicalmente diferente que os parâmetros convencionais do bem e do mal não se aplicarão adequadamente.


Ray Kurzweil e a ampliação do conceito

Em sua obra intitulada "A Singularidade está Próxima", Kurzweil compartilha uma visão alinhada com a de Vinge, porém ele considera que a perspectiva deste último foi excessivamente otimista em relação ao avanço tecnológico. 


Semelhante a Vinge, Kurzweil acredita que a jornada rumo à Singularidade será trilhada por meio da criação de uma inteligência artificial de natureza super-humana. Tal IA teria a capacidade de conceber ideias inéditas até então não imaginadas por seres humanos e de desenvolver ferramentas tecnológicas de maior sofisticação e avanço em relação ao que possuímos atualmente.


Ele destaca a relevância fundamental da biologia, criônica (prática de resfriar corpos humanos após a morte clínica, com o objetivo de preservar os tecidos para possíveis avanços futuros na tecnologia médica) e medicina, incluindo a nanomedicina, como componentes centrais para a realização da singularidade. 


Kurzweil afirma que a convergência dessas disciplinas resultará em avanços que permitirão não apenas a eliminação de doenças, mas também a possibilidade de alcançar uma forma de imortalidade tecnológica.


Além disso, ele ressalta que os progressos na biotecnologia e medicina podem levar à superação das limitações impostas por doenças e, consequentemente, prolongar significativamente a vida humana.


Uma das ideias discutidas por Kurzweil é a noção de "ciberimortalidade". Ele explora a possibilidade de que os seres humanos possam continuar a existir de forma espiritual mesmo após a morte física, por meio do upload de registros digitais contendo seus pensamentos e emoções para sistemas de armazenamento de longa duração.


Kurzweil prevê que a singularidade tecnológica será impulsionada pela convergência de várias áreas tecnológicas, como biotecnologia, medicina, nanotecnologia e inteligência artificial. A interação e sinergia entre essas disciplinas acelerarão o ritmo do progresso tecnológico, levando a avanços que podem superar as capacidades humanas atuais.


Quão próximos estamos da singularidade tecnológica? 

Segundo Vinge, dentro de 30 anos da publicação de seu texto, ou seja, 2023, teríamos os meios tecnológicos para criar uma inteligência super-humana. “Pouco depois, a era humana chegará ao fim", conclui.  


Kurzweil prevê que até o ano de 2045 testemunharemos a mais significativa virada tecnológica na história da humanidade: uma que, em questão de poucos anos, poderá remodelar as bases institucionais e fundamentos da sociedade, redefinindo completamente nossa autoimagem como seres humanos. 


Fonte: Exame.com